Projeto Turismo de observação do Lobo-guará como ferramenta de Conservação
-PROJETO LOBOS DO CARAÇA-
O projeto ocorre na RPPN Santuário do Caraça, localizado nos municípios brasileiros de Catas Altas e Santa Bárbara, região centro-sul de Minas Gerais. O santuário é muito conhecido por ter a chamada “hora do lobo”, momento em que os turistas hospedados no hotel do santuário podem ter o privilegio de visualizar os lobos-guarás de perto, isso, devido a um trabalho de habituação iniciado com os lobos em 1982.
O lobo-guará é uma espécie que vem sendo utilizada como símbolo de conservação em diversas campanhas de comunicação ou de educação ambiental, em vários zoológicos brasileiros ou mesmo em locais onde conflitos com o ser humano são comuns. Por ser uma espécie carismática, o lobo, apesar de ser perseguido, desperta a simpatia da sociedade em geral. O turismo é uma ferramenta que pode promover a difusão do conhecimento necessário, para aproximar a sociedade da natureza, dos animais. O turismo de observação de fauna promove o encantamento, desperta sentimentos à espécie envolvida que antes podem nunca terem sido sentidos. Funciona como uma ferramenta excepcional de conservação, já que os visitantes são atraídos justamente pela experiência de estar na presença de um animal.
Por outro lado, o turismo irresponsável pode gerar impactos negativos na vida silvestre. Sem cuidados ou conhecimento sobre o comportamento ou mesmo a dinâmica populacional da espécie envolvida, comportamentos podem sofrer alterações. O turismo de observação pode causar pressões nos animais, alterar hábitos, inibir ciclos reprodutivos. Pode afetar a saúde, em virtude do estresse envolvido e, por isso, precisa ser feito de forma a respeitar os limites de cada espécie. Forçar a presença de um animal em um lugar, ou atraí-lo de forma prejudicial à sua saúde, pode provocar prejuízos diversos.
Trabalhar com o turismo de forma sustentável, buscando o bem-estar dos animais observados, é o caminho para uma atividade de sucesso para o homem e animal. O turismo de observação tem sido apontado como uma das soluções para melhorar a aceitação de predadores em áreas de conflito ou mesmo melhorar a percepção geral da sociedade para a fauna. Investigações e ações
para implantação destas atividades são ainda pouco utilizadas como estratégias de conservação. Assim, entender como os animais respondem à presença humana e como propiciar a observação da fauna sem alterar seu comportamento natural e gerar prejuízos à saúde dos animais e toda a população é essencial para os bons resultados socioeconômicos e para a proteção da fauna.
Região de atuação
cerrado
Equipe responsável
Coordenadora executiva:
Flávia Fiori, Médica Veterinária – Instituto Pró-Carnívoros
Equipe executora
Flávia Fiori, Médica Veterinária – Instituto Pró-Carnívoros
Ricardo Luiz Pires Boulhosa, biólogo – Instituto Pró-Carnívoros
Jean Pierre Santos, biólogo – Instituto Pró-Carnívoros
Rogério Cunha de Paula, biólogo / analista ambiental – ICMBio/CENAP
Douglas Henrique da Silva, biólogo – RPPN Santuário do Caraça