Grupo de Trabalho do gato-do-mato-grande no Leste (Geoffroy’s Cat Working Group-East GCWG-East): ações de conservação em um hotspot global para felinos selvagens

O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com a maior biodiversidade de felinos selvagens. Na verdade, esta região é um hotspot global para a família Felidae, incluindo oito espécies, das quais seis são pequenos felinos selvagens: i) gato-do-mato-grande (Leopardus geoffroyi), ii) gato-palheiro-pampeano (L. munoai), iii) gato mourisco (Herpailurus yagouaroundi), iv) jaguatirica (L. pardalis), v) maracajá (L. wiedii), e vi) gato-do-mato-pequeno-do-sul (L. guttulus); além da vii) onça-pintada (Panthera onca) e viii) puma (Puma concolor) (Figura 1). A região é um ecótono entre os domínios da Floresta Atlântica e da Pampa. Essa transição é única devido à diferença entre esses dois domínios e representa o limite sul das distribuições de espécies florestais e o limite norte das espécies associadas às campinas. Além disso, entre as espécies de felinos distribuídas na região, duas precisam de mais atenção: o gato-palheiro-pampeano, um pequeno felino selvagem endêmico da região que poderia ser um dos felinos selvagens com o maior risco de extinção no mundo (Tirelli et al. 2021); e o gato-do-mato-pequeno-do-sul, que está globalmente em risco de extinção (Oliveira et al. 2016).

Todas essas espécies estão sofrendo redução de população devido a diversas ameaças diferentes, incluindo conflitos com humanos. A IUCN indicou que conflitos são complexos e cada situação tem características ecológicas, culturais, sociais, históricas, físicas, econômicas e políticas únicas (https://www.iucn.org/sites/dev/files/iucn_issues_brief_-_human-wildlife_conflict_final.pdf). Por isso precisamos agir localmente para entender as características culturais e regionais, o que aumenta a comunicação com as comunidades locais.

 

Quais são as ameaças das espécies de felinos selvagens pequenos nesta região?

Como citado anteriormente, o gato-palheiro-pampeano poderia ser um dos felinos selvagens com o maior risco de extinção no mundo (Tirelli et al. 2021), e o gato-do-mato-pequeno-do-sul está globalmente em risco de extinção (Oliveira et al. 2016). As outras espécies não são categorizadas globalmente como ameaçadas, mas todas elas estão ameaçadas de extinção no Brasil e no estado do Rio Grande do Sul. As ameaças para todas as espécies incluem alteração e destruição de habitat, colisões de carros, caça retaliatória, caça ilegal, morte por cães, incêndios, envenenamento, doenças e filhotes retirados da natureza ilegalmente como animais de estimação (maioria devido à falta de conhecimento de que é proibido).

O objetivo geral do projeto é ajudar na conservação de seis espécies de felinos selvagens pequenos e seus habitats em um hotspot global para felinos selvagens (estado do Rio Grande do Sul, sul do Brasil). As ações do GCWG-East juntamente com projeto local chamado Felinos do Pampa estão projetadas para reduzir as ameaças dessas espécies nesta importante região.

Região de atuação

mata-atlantica,pampa

Equipe responsável

Equipe executora:

Dra. Flávia Tirelli
Felipe Peters
Marina Favarini

Galeria de imagens

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