Cachorro-vinagre

Speothos venaticus

©Adriano Gambarini

Taxonomia
Nome comum em inglês

Bush Dog

Nome científico

Speothos venaticus

Nome/s comum em Português

Cachorro-vinagre, cachorro-do-mato

Mapa de distribuição - IUCN

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Descrição física

Possui uma aparência distinta, possuindo pequenas orelhas arredondadas e pernas e cauda curtas. A cabeça e pescoço possuem uma coloração de marrom-claro que escurece, tornando-se marrom-escuro ou preto na parte posterior e cauda.

Ecologia e Habitat

Embora pouco estudado, existem dados indicando que embora amplamente distribuída essa espécie nunca é abundante (DeMatteo & Loiselle 2008; de Oliveira 2009). Existem registros de ocorrência do Panamá, Equador, Colombia, leste do Peru, Brasil, Venezuela, Guiana, Paraguai, nordeste da Argentina e leste da Bolívia.

Vive em uma variedade de tipos florestais, e é freqüentemente encontrado próximo de rios e também pode ocorrer em áreas abertas perturbadas dependendo da disponibilidade de presas (Silveira et al. 1998; de Oliveira 2009). É o único canídeo brasileiro que vive e caça cooperativamente (Beisiegel & Zuercher 2005; Kleiman 1972). Apresenta preferência por atividades diurnas e os grupos vivem em tocas de outras espécies, ocos de árvores ou tocas cavadas por eles mesmos.

Fêmeas dão à luz aos filhotes em um ninho feito em tocas de outros animais (usualmente tatús) e o macho fornece alimento a fêmea e aos filhotes. Ao contrário de outros canídeos brasileiros, sua dieta é predominantemente carnívoro, mas também pode incluir pequenas quantidades de frutos (Zuercher et al. 2005). Eles se alimentam predominantemente de grandes roedores, especialmente cutias, pacas e capivaras, pequenos veados e emas (Deutsch 1983; Lima et al. 2009; Peres 1991; Wallace et al. 2002).

Ameaças e conservação

Essa espécie parece ser naturalmente rara em sua região de ocorrência e é altamente suscetível a destruição de habitat e doenças transmitidas por cães domésticos (de Oliveira 2009). A perda de vegetação causando declínios nas espécies de presas contribuíram fortemente para o seu desaparecimento (de Oliveira 2009). Resultados provenientes de fragmentos florestais na Amazônia demonstram que cachorro-vinagre necessitam de grandes áreas florestais (maiores do que 10 000 hectares) para apresentar pelo menos 40% de probabilidade de ocorrência e é pouco provável que consigam persistir fora de áreas de floresta contínua (Michalski & Peres 2005; Michalski 2010). É classificado pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) como uma espécie “Quase ameaçada” e pelo ICMBio-MMA “Vulnerável”.

Informações gerais

Valores médios com mínima e máxima em parênteses

Comprimento do corpo / cauda (cm):

63 (58-75)a / 14 (13-15)a

Dieta

Carnívora c

Peso (kg) / Altura (cm):

(5-8)a / 20 (20-30)a

Área de habitação (km2):

>100b

Número de filhotes / Gestação (dias):

(1-6) a / 67 a

Longevidade (anos):

-

Estrutura social:

Grupos de 2-12 indivíduos

Padrão de atividade:

Diurno

a (Zuercher et al. 2004), b Dalponte, J (dados não publicados), c (Zuercher et al. 2005)

Links online

IUCN Canid Specialist Group – http://www.canids.org
Canid News – http://www.canids.org/canidnews/index.htm

Referências

Beisiegel, B. M., & Zuercher, G. L. (2005). Speothos venaticus. Mammalian Species, , 1-6.

DeMatteo, K. E., & Loiselle, B. A. (2008). New data on the status and distribution of the bush dog (Speothos venaticus): Evaluating its quality of protection and directing research efforts. Biological Conservation, 141, 2494-2505.

Deutsch, L. A. (1983). An encounter between bush dog (Speothos venaticus) and paca (Agouti paca). Journal of Mammalogy, 64, 532-533.

Kleiman, D. G. (1972). Social behavior of the maned wolf (Chrysocyon brachyurus) and bush dog (Speothos venaticus): a study in contrast. Journal of Mammalogy, , 791-806.

Lima, E. D., Jorge, R. S. P., & Dalponte, J. C. (2009). Habitat use and diet of bush dogs, Speothos venaticus, in the Northern Pantanal, Mato Grosso, Brazil. Mammalia, 73, 13-19.

Michalski, F. (2010). The bush dog Speothos venaticus and short-eared dog Atelocynus microtis in a fragmented landscape in southern Amazonia. Oryx, 44, 300-303.

Michalski, F., & Peres, C. A. (2005). Anthropogenic determinants of primate and carnivore local extinctions in a fragmented forest landscape of southern Amazonia. Biological Conservation, 124, 383-396.

Peres, C. A. (1991). Observations on hunting by small-eared (Atelocynus microtis) and bush dogs (Speothos venaticus) in central-western Amazonia. Mammalia, 55, 635-639.

Silveira, L., Jacomo, A. T. A., Rodrigues, F. H. G., & Diniz, J. A. F. (1998). Bush dogs (Speothos venaticus), in Emas National Park, Central Brazil. Mammalia, 62, 446-449.

Wallace, R. B., Painter, R. L. E., & Saldania, A. (2002). An observation of bush dog (Speothos venaticus) hunting behaviour. Mammalia, 66, 309-311.

Zuercher, G. L., Gipson, P. S., & Carrillo, O. (2005). Diet and habitat associations of bush dogs Speothos venaticus in the Interior Atlantic Forest of eastern Paraguay. Oryx, 39, 86-89.

Zuercher, G. L., Swarner, M., Silveira, L., & Carrillo, O. (2004). Bush dog (Speothos venaticus: Lund 1842). In C. Sillero-Zubiri, M. Hoffmann & D. W. Macdonald (Eds.), Canids: Foxes, Wolves, Jackals and Dogs. Status Survey and Conservation Action Plan (pp. 76-80). Gland / Cambrigde:  IUCN.

de Oliveira, T. G. (2009). Distribution, habitat utilization and conservation of the vulnerable bush dog Speothos venaticus in northern Brazil. Oryx, 43, 247-253.

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