Projeto Pardas do Tietê

A efetividade de uma estratégia de conservação para onças-pardas está intimamente relacionada ao conhecimento de aspectos da ecologia, comportamento e uso do habitat pela espécie. Curiosamente, embora a onça-parda tenha uma distribuição muito mais ampla do que a onça-pintada, tem sido muito menos estudada do que esta última. Pouco se sabe sobre seus padrões de movimentação e uso do habitat. Adicionalmente, planos de conservação são muitas vezes baseados em parâmetros estruturais da paisagem, sem necessariamente considerar como as diferentes espécies percebem e fazem uso das características da paisagem.

No estado de São Paulo, a maior parte da vegetação nativa remanescente existe em fragmentos pequenos e desconectados, inseridos em uma matriz de canaviais, pastagens e plantações de eucaliptos. Essa situação é particularmente séria no interior do estado, onde existe um nítido déficit de reservas legais, com matas ciliares sem vegetação natural e grandes extensões de áreas ripárias degradadas. As poucas florestas remanescentes têm sido significativamente degradadas pela atividade agrícola do seu entorno. Apesar dessa intensa fragmentação, a onça-parda ainda persiste na região e consegue se locomover através dessa paisagem tão heterogênea. No entanto, a maneira como ocupam os fragmentos remanescentes e sobrevivem na região é pouco compreendida e estudada.

Desenvolvido através de parceria técnica científica entre o Instituto Pró-Carnívoros, a AES Tietê e o Cenap/ICMBio, o projeto Pardas do Tietê vem estudando onças-pardas na bacia do rioTietê desde o final de 2013. O objetivo do projeto é avaliar a situação ambiental das áreas – próprias e de terceiros – sob influência da AES Tietê, utilizando a onça-parda como ferramenta de conservação, através do monitoramento de indivíduos da espécie no entorno das usinas da empresa. Especificamente, o projeto visa estudar o uso do habitat pelas onças-pardas para identificar corredores de conectividade e áreas prioritárias para conservação e/ou restauração nas áreas de influência direta e indireta da empresa.

Atualmente em sua segunda fase, o Projeto Pardas do Tietê já encoleirou e monitorou 14 indivíduos de onças-pardas, entre os quais 3 fêmeas e 11 machos. O estudo vem monitorando as onças de forma intensiva e os dados coletados têm gerado informações extremamente interessantes e importantes para a conservação não só das onças, mas das espécies das quais elas dependem.

Região de atuação

mata-atlantica

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