Programa Amigos da Onça: Grandes predadores e sociobiodiversidade na Caatinga

A Caatinga abriga os maiores predadores terrestres do país, onças-pintadas (Panthera onca) e onças-pardas (Puma concolor), porém, com populações fragmentadas e em declínio. Nesta ecorregião, estas espécies ocorrem simpatricamente na maior parte de suas áreas de vida, sendo que ambas são perseguidas e, na maioria das vezes, abatidas, principalmente em retaliação à predação de rebanhos (caprinos, ovinos e bovinos).

De acordo com a avaliação mais recente do estado de conservação da onça-pintada e da onça-parda na Caatinga, elas são consideradas “Criticamente em Perigo” e “Em Perigo” de extinção, respectivamente.

O Programa Amigos da Onça: Grandes Predadores e Sociobiodiversidade na Caatinga realiza ações pioneiras para a redução de conflitos entre gente e onças nesse bioma, conflito que pode causar o abate de indivíduos destas espécies. O Programa propõe a mudança de manejo dos rebanhos (caprinos e ovinos) e, usando o quadro conceitual e metodológico das dimensões humanas, pesquisa as percepções, tolerância, conhecimentos e sentimentos que o sertanejo (adultos e crianças) tem sobre as onças. O Programa também coleta informações para o estudo da ecologia e biologia destes grandes felinos e suas presas naturais para subsidiar ações de conservação destas espécies.

O objetivo geral do Programa é promover a conservação da onça-pintada e onça-parda na Caatinga, por meio de:

  • Conhecimento da ecologia e biologia destas espécies subsidiando ações de conservação, no mosaico de Unidades de Conservação (UCs) do Boqueirão da Onça e seu entorno;
  • Desenvolvimento de meios alternativos e sustentáveis de subsistência ​​para aliviar a pobreza que muitas vezes causa o conflito homem-fauna;
  • Desenvolvimento e estímulo de comportamentos favoráveis à conservação das onças e seus hábitats entre criadores, homens e mulheres, voluntários, instituições e escolas no Boqueirão da Onça e seu entorno;
  • Redução da predação de animais domésticos, por onças-pardas e pintadas, através da mudança no sistema de manejo dos rebanhos, incluindo a construção de chiqueiros anti-predadores.

 

A área de estudo tem aproximadamente 9.000 km² e está localizada no norte da Bahia, abrangendo seis municípios (Sento Sé, Campo Formoso, Juazeiro, Umburanas, Morro do Chapéu e Sobradinho).

Devido à riqueza de sua fauna, flora, aos registros arqueológicos, presença de materiais paleontológicos e importantes cavernas, como a maior da América Latina (Toca da Boa Vista), é considerada uma área de importância “extremamente alta” para a conservação da biodiversidade. Por isso, em 5 de abril de 2018, foram criadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio e pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA, duas Unidades de Conservação, uma de proteção integral, o Parque Nacional do Boqueirão da Onça (347 mil ha – Decreto nº 9337), e outra de uso sustentável, a Área de Preservação Ambiental do Boqueirão da Onça (505 mil ha – Decreto nº 9336), que engloba em sua poligonal a Zona de Vida Silvestre da Toca da Boa Vista (11 mil ha).

A área está situada ao norte do Parque Estadual do Morro do Chapéu (460 km²), e do Parque Nacional da Chapada Diamantina (1.520 km²). Esta proximidade permite a formação de um corredor ecológico que é de extrema relevância para a conservação da fauna e da flora da Caatinga, ameaçada pela recente expansão do setor de mineração e geração de energia de base renovável.

O Programa continuará a colaborar para o preenchimento da lacuna no conhecimento sobre as onças no bioma e subsidiará tomadas de decisão para redução de conflitos, ações de conservação para as duas espécies no Nordeste e da biodiversidade da região, além de facilitar a melhoria na qualidade de vida de pequenos produtores rurais, parceiros da conservação e da convivência com os grandes felinos.

PUBLICAÇÕES

 

Social Repercussion of Translocating a Jaguar in Brazil

Jaguar and Puma in Brazilian Semi-Arid Region – scapegoats for weak governance

Wind farms: a new challenge in the conservation of big cats in the Brazilian semiarid region

M for Money, M for meaning – which matter most in human-jaguar-and-puma-conflicts in Brazilian semiarid?

Medium and large sized mammals of the Boqueirão da Onça, North of Bahia State, Brazil

Jaguar and puma ecology in areas of conservation priority in the Caatinga of Northeastern Brazil

Human dimensions of the emerging human-jaguar-and-puma-conflicts in Caatinga wind farms, Brazil

Experiências com mamíferos carnívoros na Caatinga

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Região de atuação

caatinga

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Equipe executora:
Carolina Franco Esteves – Bióloga
Francine Schulz – Bióloga
Daiana Jeronimo Polli – Bióloga
Sylvia Hiromi Masuno – Coordenadora de comunicação

 

Auxiliares de campo:
Ismael A. da Silva
Mariano Neto F. de Jesus

 

Colaboradoras externas
Claudia Bueno de Campos
Maísa Ziviani Alves Martins – Bióloga

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